terça-feira, 15 de julho de 2008

BLOGosfera


Não precisamos voltar muito no tempo para lembrar dos diários nos quais as pessoas escreviam seus pensamentos e acontecimentos marcantes em suas vidas. Pois bem, o que antes era guardado a sete chaves, agora é exposto em uma nova febre que tomou conta de cerca de 27,3 milhões de blogueiros existentes pelo mundo da internet.

Em apenas 16 anos do seu advento, os blogues, que inicialmente foram criados com o objetivo de serem uma espécie de diário pessoal, hoje alcançaram grandes proporções. Esses espaços não se limitam a apenas contar o dia-a-dia de uma pessoa. Agora, são utilizados por empresas, escolas, estudantes de jornalismo, artistas, ONG's e outros públicos.

Quem não gosta de exercitar o direito da liberdade de expressão? Ter um espaço onde se possa escrever o que pensa, sobre os mais diversos temas, é o que mais chama a atenção de todos que “entram” na blogosfera. Publicar um texto e logo ter o feedback sobre o que você escreveu é sempre muito gratificante. E quando os textos são relatos picantes sobre experiências sexuais? Essa modernidade pode até chocar muitas pessoas, pois nunca se pensou que a intimidade seria algo público e de certa forma banalizada na rede virtual.

Chocando ou não, a ex-garota de programa, Raquel Pacheco, mais conhecida por Bruna Surfistinha, imitando os diários de adolescentes, deixava em seu blog algumas anotações de suas experiências. O relato de uma prostituta não é novidade, mas pela primeira vez os internautas podiam acompanhar sua evolução. Uma espécie de novela.

Hoje, as pessoas estão cada vez mais íntimas e próximas virtualmente, os relacionamentos começam a fluir pela rede e seu cotidiano pode ser acompanhado nos blogues. A privacidade parece inexistir diante dessa onda compulsória em publicar os fatos de seu cotidiano, para que todos possam conhecer sua vida, quem sabe ajudar a solucionar seus problemas e, até mesmo, sua história de vida ser exemplo para os outros.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

1, 2, 3, 4, 5... ...1000, 1001,1002, 1003, 1004... Quantas pessoas precisam morrer?


No último dia 30 de abril foi instalado, no Recife, o primeiro contador de homicídios em via pública do mundo. A iniciativa surgiu de uma parceria entre o PEbodycount e a Faculdade Maurício de Nassau. O equipamento eletrônico fica na esquina da rua Joaquim Nabuco com a Guilherme Pinto, nas Graças.

A proposta das instituições é estimular o cidadão a cobrar do governo políticas públicas mais eficazes, levando ao conhecimento da sociedade as informações sobre o índice de violência no estado, que ainda é alarmante, apesar do Pacto pela Vida, um projeto do governo estadual feito para reduzi-lo.

Ontem, 15, estou eu caminhando para a biblioteca da faculdade quando deparo com um aparelho enorme, não hesitei em tirar uma foto. Tinha lido sobre do que se tratava, já havia escutado algumas opiniões sobre o assunto, mas ainda não tinha parado pra pensar no quanto um objeto poderia despertar a curiosidade e revolta das milhares de pessoas que transitam diariamente por aquela via.

Eram 11h20 e o famoso relógio, Contador de Homicídios, mostrava que até aquela hora haviam acontecido 11 homicídios. Han? Será que vi direito? Vi, e não pára por aí. Logo em seguida, o contador mostra o número de homicídios do mês, 147. Sério? Estamos no dia 16 de maio e já foram assassinadas 147 pessoas. Meu Deus! E o Pacto pela Vida?

domingo, 11 de maio de 2008

Individualidade característica das cidades grandes

Logo nos primeiros anos em que o ser humano passa a ter consciência do que é certo ou errado, bom ou ruim, ganhar ou perder, ele também começa a ser convencido de que precisa crescer e se destacar no meio de tanta gente sem precisar ser conivente com os interesses do próximo. O indivíduo começa, assim, a estudar nas melhores escolas das grandes cidades e passa logo a ter em mente que deve traçar planos e objetivos que torne o futuro confortável e seguro.

Daí inicia a vida profissional e, tudo o que ele recebe, é para ser investido nele próprio, para que se torne cada vez mais qualificado. Torna-se algo comum o indivíduo pensar só em si mesmo, tudo o que se constrói é para seu exclusivo deleite, imaginando que o mundo gira em torno de si, tomando o próprio eu como referência para todas as relações e fatos.

Então, chegamos a um pondo muito preocupante, onde o semelhante não é mais visto como um ser limitado, falho e que, muitas vezes, precisa somente de uma ajuda ou de uma troca de experiência. É comum nas cidades do interior as pessoas serem solidárias. Trabalham geralmente perto de casa ou mesmo em casa, são cidades menores onde todo mundo conhece todo mundo. A violência é menor e existe mais tempo para se estar próximo, pedir aquela velha ajudinha quando falta um alimento. Enquanto nas grandes cidades você nem sempre sabe o nome do vizinho que sobe e desce do seu lado no elevador todos os dias.

Os fatores que nos levam a isso são os mais variados. O egoísmo promovido pelo desenvolvimento do capitalismo que fez acelerar cada vez mais esse processo. No capitalismo, você é obrigado a desenvolver diversas atitudes egoístas e centralizadoras. O EU prevalece sobre a coletividade. Nessa corrida desesperada, todo o ambiente passa a ter seu valor reduzido. Sentimentos, valores não são mais externados, seja por falta de tempo, seja por vício.

Nesse contexto o tempo passa a ter um significado distante da sua essência. Agora, pode-se afirmar que tempo é dinheiro. E que passar horas no trânsito ou no trabalho nos afasta cada vez mais da socialização. Portanto, o número de pessoas que vivem nas grandes capitais tem aumentado de forma acelerada, reforçando a idéia de que viver em harmonia com todos se torna cada vez mais difícil.