quinta-feira, 15 de maio de 2008

1, 2, 3, 4, 5... ...1000, 1001,1002, 1003, 1004... Quantas pessoas precisam morrer?


No último dia 30 de abril foi instalado, no Recife, o primeiro contador de homicídios em via pública do mundo. A iniciativa surgiu de uma parceria entre o PEbodycount e a Faculdade Maurício de Nassau. O equipamento eletrônico fica na esquina da rua Joaquim Nabuco com a Guilherme Pinto, nas Graças.

A proposta das instituições é estimular o cidadão a cobrar do governo políticas públicas mais eficazes, levando ao conhecimento da sociedade as informações sobre o índice de violência no estado, que ainda é alarmante, apesar do Pacto pela Vida, um projeto do governo estadual feito para reduzi-lo.

Ontem, 15, estou eu caminhando para a biblioteca da faculdade quando deparo com um aparelho enorme, não hesitei em tirar uma foto. Tinha lido sobre do que se tratava, já havia escutado algumas opiniões sobre o assunto, mas ainda não tinha parado pra pensar no quanto um objeto poderia despertar a curiosidade e revolta das milhares de pessoas que transitam diariamente por aquela via.

Eram 11h20 e o famoso relógio, Contador de Homicídios, mostrava que até aquela hora haviam acontecido 11 homicídios. Han? Será que vi direito? Vi, e não pára por aí. Logo em seguida, o contador mostra o número de homicídios do mês, 147. Sério? Estamos no dia 16 de maio e já foram assassinadas 147 pessoas. Meu Deus! E o Pacto pela Vida?

domingo, 11 de maio de 2008

Individualidade característica das cidades grandes

Logo nos primeiros anos em que o ser humano passa a ter consciência do que é certo ou errado, bom ou ruim, ganhar ou perder, ele também começa a ser convencido de que precisa crescer e se destacar no meio de tanta gente sem precisar ser conivente com os interesses do próximo. O indivíduo começa, assim, a estudar nas melhores escolas das grandes cidades e passa logo a ter em mente que deve traçar planos e objetivos que torne o futuro confortável e seguro.

Daí inicia a vida profissional e, tudo o que ele recebe, é para ser investido nele próprio, para que se torne cada vez mais qualificado. Torna-se algo comum o indivíduo pensar só em si mesmo, tudo o que se constrói é para seu exclusivo deleite, imaginando que o mundo gira em torno de si, tomando o próprio eu como referência para todas as relações e fatos.

Então, chegamos a um pondo muito preocupante, onde o semelhante não é mais visto como um ser limitado, falho e que, muitas vezes, precisa somente de uma ajuda ou de uma troca de experiência. É comum nas cidades do interior as pessoas serem solidárias. Trabalham geralmente perto de casa ou mesmo em casa, são cidades menores onde todo mundo conhece todo mundo. A violência é menor e existe mais tempo para se estar próximo, pedir aquela velha ajudinha quando falta um alimento. Enquanto nas grandes cidades você nem sempre sabe o nome do vizinho que sobe e desce do seu lado no elevador todos os dias.

Os fatores que nos levam a isso são os mais variados. O egoísmo promovido pelo desenvolvimento do capitalismo que fez acelerar cada vez mais esse processo. No capitalismo, você é obrigado a desenvolver diversas atitudes egoístas e centralizadoras. O EU prevalece sobre a coletividade. Nessa corrida desesperada, todo o ambiente passa a ter seu valor reduzido. Sentimentos, valores não são mais externados, seja por falta de tempo, seja por vício.

Nesse contexto o tempo passa a ter um significado distante da sua essência. Agora, pode-se afirmar que tempo é dinheiro. E que passar horas no trânsito ou no trabalho nos afasta cada vez mais da socialização. Portanto, o número de pessoas que vivem nas grandes capitais tem aumentado de forma acelerada, reforçando a idéia de que viver em harmonia com todos se torna cada vez mais difícil.